terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Os Olhos de Vera
Primavera
Setembro - 2013

Os Olhos de Vera - © 1987 by Paulo Silva & Heguiberto Martins,  all rights reserved..


Niterói, 12 de Setembro 1997.


Eu acendo o fogo
E não quero dormir,
Eu me perco e o tempo
Não pode me achar.

Pego o meu açoite
Chicoteio a noite
De estrelas do mar.

O que invento da vida
É de tudo o que há.
Mais um romance, 
Uma chance parada no ar.
É de novo o que se quer, 
Meu gosto não se pode domar, 
Meu jeito instinto, mulher....
Algo de recomeçar.

(MULHER)

Mais noite, 
Menos noite,
Eu alcanço
Essa estrela
Fugidia...

(Certeza)

Três vezes mais
Além de um sonho,
Vim carregando a noite,
Regando a lua de poesia,
Protegendo a chuva
Dos boatos e poeiras.
Chegando de surpresa, 
A versar aflito, 
pousei num seio ajeitado
Em uma blusa rendada, 
Feliz da vida....

(BLUSA RENDADA)

Mais que certo 
É ter sono incerto,
Nas noites em que me presto
A pensamentos dúbios e
Sentimentos sérios.
Dá-me uma vontade louca 
De viver um caso estéril, 
Com uma aeromoça de voz rouca,
Peruca loura e seios fartos.
Que me diga em sete línguas,
Que o amor é fato que se mata
Com tédio, num fim inglório,
Em noites de sono incerto...

(SONO INCERTO)

Vontade de beijar, 
Teu ser é demais, 
Vou correndo, quero ter
Minha paz.




Jangada caiu no mar
Tragada pelo sol,

Veio Junto a água do mar
Dividindo meu peito
Como gotas de chuva.

(CHUVA)

Meu elemento natural
São água e o álcool,
Penso em alterná-los 
Durante o afogamento.
Tenho uma ferida que não se fecha, 
Fica na articulação dos sentidos, 
Se move constantemente
E vai doer no mar...
Mas eu sei que tem motivo,
Certas coisas 
Tem razão para sangrar.

(SANGRANDO)
Não perco no traço
O cheiro das goiabas.
Na terra quente,
Meu baio dormente
De passos rasos e condizentes,
Não tem como errar.
O jeito que faço,
O sentido, a raiz,
Está num quasar
Que espreita
De um verão adormecido.

(QUASAR)

Eu viramundo,
Espectro louco,
Avesso que sou
Dos entrépidos do sol,
Chego cada vez mais 
Longe de mim.
Mas o álcool aquece 
As minhas orelhas,
E todos os riscos
Deixam de existir...

(CORAJOSO)

Cada rua, 
Cada palavra crua
Figura o que pode ter sido
A maior imagem de ter sido.

(O SER)

Ao lembrar de você
Meus pensamentos se voltam
Para as curvas, 
As curvas do tempo
E do meu deslumbramento...
As peças do destino, 
Nas quais os protagonistas
Se perdem frente a saída do labirinto, 
Eu me recordo dos tempos calmos e idos.
Minha admiração por seu corpo
E espirito,
Minha vontade de penetrar sua carne
E seus empecilhos.
Não considero meus temores
De que algo será rompido.
O medo e tudo mais.
Estão no mundo.
cabe a mim, um dos imperfeitos
Errar a ponto de reverter os astros,
E a razão se torna outra, 
Minha atração deixa seca
minha vontade...

(IELISAVIETA)

Vento perverso ,
Pergunta possesso
Se eu posso seguir
Sem rumo nem prumo,
E nem ao menos prosseguir.

(A VOZ DO VENTO)

Agora é inevitável
Que as flores
Brotem sentidas
No campo seco
E o tempo, sem jeito, 
Umedeça os olhos da terra,
De águas claras
E amores perfeitos.

(ÚLTIMO)
Certos homens
Têm uma estrela na boca
E a loucura na alma.
Estes homens 
Encantam o mundo.

(HOMEM)

Olhos perdidos no tempo,
Fumo um cigarro atrás do outro.
Um café escondido tão frio, 
Um jornal sobre o corpo.
Algumas horas depois,
Um vento sujo chicoteia
O Asfalto sobre a rodovia
Da zona norte.
Uma garrafa se quebra
Sonoramente sob o peso
De um pneu.
Um homen maduro ri
Como uma criança.
Passos nervosos ecoam
Acima do distante murmúrio
Da cidade.
Um grito, um lamento
Desesperado canto de pneu
Um lamento,
Na cidade.

(CIDADE)

 que vejo em  ti
É o fim do caminho.
São as cores na parede branca.
Uma flor, um vaso quebrado,
Do que é feito a renda,
As cinco pontas de uma estrela.

(ESTRELA)

Silêncio demais 
Na cabeça
E no coração
Você virá?...
Como uma canção
Cada manhã é lição
É céu e sol.
Basta apertar minha mão
E seguir,  não mentir, nem fingir
Encante um rapaz que sou eu
O corpo se abriu e o céu possuiu
Com a cabeça, o corpo, a mente
E o coração, você virá?

(SILÊNCIO)

Tua voz,
Teus cabelos a voar.
Teus olhos,
O farol que me guia
Nas tempestades
E anuncia a chegada
De terra à vista.

(A VISTA)

Como onda mansa 
Na maré vazante, 
Cavalheiro só.
Vejo em campos girando,
vázea dançando, 
O milagre do vento.
Sopra saudade,
Amor, sentimento.
Sopra promessa, leva tormento,
Vem pensamento,
Força maior.

(O MILAGRE DO VENTO)

Com canto sou tonto,
perdido no ar.
De verdade vazia,
mentira do dia
Em que somos 
Sem medo.

( CANTO)

Tarde, 
Arde,
Invade o cenbtro da melâncolia,
De dia não se vê,
Me distraio, ela passa,
É sem graça mas é minha.
Minha dor.

(MINHA)

Um dia, 
Uma tarde, 
Um sentimento, 
Uma mesa, 
Uma Royal, 
Um diafragma em chamas.
Uma solidão que não fica só ,
Talvez uma canção sem dó.
Uma noite consegui dormir
Quando acordei todos haviam partido.
Não deixaram rastros, me vi indo
Ao encontro dos poemas, 
Antes coisas tão pequenas, 
Hoje estradas em meus pés.

(DEPOIS DA TEMPESTADE)

O que difere o meu olhar 
Dos caminhos são ritos, 
São momentos de mudança
Dos ares e montanhas.
Minas interfere na visão do mar,
Interpõe a paixão ao céu, 
A canção mais solta de um lar.
À caminho estou bem próximo 
Dos rios dos meus sonhos,
Do calor dos seus morros.
De um sorriso ingênuo e fácil,
E uns olhos acalantes
Que me fazem chorar...

(FELIZ)

Mais uma vez ela vem 
E me joga no céu
Do seu coração.
Como ventania que vem
Sabe bem quem deve escolher
Pra deitar do seu lado
No quartoestrelado
E quem sabe sorrir
E fazer muito bem.
Ter claridade na vida.
Era você que eu queria
Na chegada da noite, 
Na passagem do dia.

(A JANELA)



Sobre o sonho antigo
Mais um dia se vai
meus olhos em Vera
canção que sai...
Sob o corpo que vinga
A paixão me apraz
Sob os olhos de Vera
Eu me sinto capaz...

Tanto deixo de lado
Linha vista de longe
Horizonte de mar...

Mar distânte de Vera
Um corpo feroz
Os nervos finais,
Canção lilás / azul

Os olhos de Vera...
O corpo de Vera...

(OS OLHOS DE VERA)
Um dia vou saber 
Porque senti um frio fino, 
Percorrer a espinha dorsal
Do meu pensamento.
Um dia vou entender você...

(SEMTIMENTOS)

Vejo no teu olhar de poeta, 
Distante um coração de navio errante
A conexão certa.
Vejo uma porta semi aberta.
Ah! Se eu pudesse entrar e absorver
Todo esse mistério, essa luz acesa, 
Nessa mesa,
Teu coração num papel,
Seus poemas ditados de tua boca
A escorrer como favos de mel.

(BABAÇAS)

Menina, 
Foi bom te encontrar
Poder ter e ser
Todo só com você...

Pequena, 
O teu corpo me deu
O prazer e o sabor 
Que eu preciso pra chegar, 
Nos caminhos à  flor
Que renasce no sol
se não perde o calor
mais um tempo que foi
O que o vento levou,
O perfume que eu quis,
Que eu sempre quis

Dia e noite na estrada,
Se eu vou, 
Eu volto, 
A! eu volto, 
Me aguarda...
Meu amor...

(MENINA)

Já lhe mandei as flores, 
Versos palavras, 
Coisas que você sempre quis.
Eu não mudei as cores, 
E nem lancei rumores
Eu só queria dizer 
Que errei no fim.
Já lhe falei das dores
E prometi horrores, 
Que com certeza te faria
Mais feliz.
Nem pensou nas desculpas, 
Que te pedi nas súplicas
Volta pra mim.

Volta!
Só importa o futuro
O Presente e o seguir enfrente.

Volta! O teu lado tá vago
Nenhuma dama em meu lago, 
Venha mergulhar e conferir.

Volta! Eu te quero tanto meu amor
Esse é o motivo,  Volta pra mim!
Já lhe mandei as flores
E já chorei horrores, 
Por isso volta pra mim...

(INTERURBANO)

Pedras e montanhas
Becos e vielas,
Onde me perco e me fascino.
Mistério e fé, oficio de quem
Anda em tuas ruas,
E saúda teus meninos.
À noite rasgando as estradas,
Caminhos de minas.

Velha Vila Rica, se afino
E desatino cada corda da emoção
É porque em tuas ladeiras
Eu deixei meu coração.

(VILA RICA)

Existem momentos imprevistos , 
Imprecisos, se você quiser.
Em que nada vale o recurso
Da coragem  ou a avareza do medo.
É melhor  seguir caminhando
Mundo a dentro;
Revolvendo a terra, devolvendo a vela
O poder de iluminar.
Esquecer as cismas,
E as fendas do tempo
Que causam falta de ar.

(ADIANTE)

A boca que beija a boca da louca,
Que toca sua boca na boca da outra.
Que beija torcendo para que o fecho
Se torne desfecho, para ilumonar
Minha alma na lua.

A boca que acaricia a minha na sua,
Na casa na rua, onde a boca quiser.
A boca que clama a liberdade
É a mesma que tem saudade
Que é a chama que arde
No peito de quem ama.
Na fala não tem idade,
madura sem ter maldade,
Não procura esconder.

A boca que trança as líguas e dança,
Na febre alcança plenitude serena
De um minuto, milênio, segundo, decênio
Desejo que temo,
mas morro de querer.

(A BOCA)

Em nenhum lugar...
Vou saber primeiro de mim.
Do motivo da dança
Da ciranda que vai até o fim.
Que volta e meia gira, volta,
Que volta e meia gira, volta,
Me deixa passar por ti.

Por mais que ande
Pleno de sonhos
Um tom de azul
E um gosto que há no ar
meu pensamento voa
Em níveis distântes

A voar e trazer a canção
Que ficou na viagem
Pra dizer...
Que volta...

(CIRANDA)


Dia Claro,
Passo ao vento.
Todo quinto,
Indo a caminho de um cento.

Minha rua limpa,
Com arvoredo
Quem jamais existiu no segredo
Tem medo de parar.

Quem um dia viu
Um rio sangrando
Quer é mais viajar
Trazer a flor
Despetalada de sol

Cair no mundo
Matizado de cor,
Viver...
Sonho lindo matizado de cor...

(COR)

Tempo venera o tempo
Que se vai com o vento
Sem se esquecer de passar
Sem deixar de doer
No pulso da noite
Na linha do mar
A temporada do dia
é tempo demais
De durar o tempo
Que se vai com o vento
Minha estrada sem fim,
De poeira constante
Meu clarão de luar

Minha amada do sol
É tempo demais
De durar o tempo
Que se vai com o vento.

Só para ver você passar...

(TEMPORADA)

Troca meu peito
Junto coração por paixão
que não termina.
"Fica comigo pra poder te esquecer..."
pra ficar mais fácil sofrer
e não ter de chorar
num ombro estranho.
Minha vida
e outra forma de ser
e um dia deixar de estar.

(PRA PODER TE ESQUECER)

O abismo é a noite,
O rei que se perdeu.
Teria na pedra
Todo chão.
Não fosse a destreza
Do pó e a 
Fortaleza do vento.
Teria no céu o encontro.
Não fosse Deus um temor
E a metade da vida um sonho.

(ABISMO)

Hoje o mar chegou na praia
e tocou seus pés.
Chamou a lua sobre o sol
E clareou seus cabelos.
As águas que separam suas pernas,
São as mesmas que secam
Minha boca no sal.
Hoje eu vou pensar em mim,
Sentar nas pedras,
Curtir a maresia dos meus sentimentos.
Chorar...
Hoje o céu é cúmplice do mar.

(SOLAR)

Porque tirar das pedas
o sangue que neslas não
existem,
Porque os homens se omitem?
Escrevo sim,
Por mim, por meus filhos,
por meus pecados, por meus amigos,
por meus naufrágios de paixões
Cujo coração é um porto
onde o mar aporta, desaporta,
enquanto preciso ficar firme.

(NAUFRÀGIOS)

Andando sem rumo
Nem prumo
Indo a lugar algum
Em cada esquina da vida
Vejo esperança
E saudade,
Eu preciso parar
Mas não perco essa mania de
Tocar...
A canção que o coração
Mandar
E com isso te pedir
Volta pra mim...

(SEM RUMO)

Meus campos calmos
De maneira ou outra,
Rosas alvos de um querubim.
mentem jasmins inesquecíveis,
Seus medos e saudades das onze-horas.
Querida, me perdoa a flor esquecida,
Num vaso reflorida,
despedida, descabida...
Eu afago mágoas,
E vou recolher minhas lágrimas, 
Para regar seu jardim.

(JARDIM)

Teus olhos têm
A cor e o tempo do trem
Nas selvas à cruzar...

Amores tem
Precipícios vêm
Que eu quero mais é pular...

Se a vida é (foi) fácil de achar
Você que é impossível de saber
Nada melhor que se encontrar...

Um tempo zen
Que vem para quem
Aprende a esperar...
A noite traz
Caminhos de passar

E a noite é lembrar você
E despertar...

(ENCANTO)


Eu crio medos e tempestades.
Romances molhados de lágrimas,
utopias e beijos intermitentes.
Me afogo em labaredas ígneas
Como um olhar morto.
Arrasto cosrpos pelas pedras
Com sorriso angelical
Dos penetras iindefesos.
Ouvidos e paredes disfarçadas,
Sou mais que nada.
Como tudo o que há:
Vomito tudo que embriaga.
Mas o que é mais que isso
Eu não posso saber.
E duvido que alguém
Tenha medo ou asco
De qualquer rapina aleijada,
Que seja bonita
Ou clara como água.

(INTERPONTO)

Fogo, vela, sela
que a luz é o caminho
na janela, ela a velar...
que a lua é passarela
e brilha aos olhos dela,
a bela, a bela...

Fogo ardeu, secou,
cedeu, cresceu e consumiu, partiu
no sentido da chama,
feriu no que tudo exclama,
Minha fé não tem volta
e a um certo tempo
nada mais importa.

(FOGO)

Eu gosto das coisas simples.
De perfumes e circo,
E de estar, vez por outra,
Completamente sozinho.

Eu gosto das coisas simples.
Dos olhares amigos,
Uma frase bonita...
Das sínteses e das fronhas.
Não sou extenso nem parvo,
Encontro as palavras
por mero acaso.

Eu gosto das coisas simples.
Do que percebo no ar.
E de acordar bem tarde,
Pois dormi sorrindo
Lembrando seu rosto.

Eu gosto das coisas simples.
De ser poeta matreiro e confuso,
Andar por ruas largas Imaginando nossa casa
(bobagem não sonhar).

Eu gosto das coisas simples.
De aprender algo novo,
E as vezes perder um ensamento.
Vaguear no escuro, à meia-nau,
Reclamando por sua atenção
E um pouco mais de vinho.

Eu gosto das coisas simples.
Daquelas que vem com inspiração,
E de tudo que vem de você.
Do seu nem me notar, e mesmo assim,
Tantas estrofes lhe dedicar.

Eu gosto das coisas simples.
De não saber o que fazer
Quando se perde o medo.
De ver tudo azul,

ser profuso e um pouco ciumento.

Eu gosto das coisas simples.
Do tipo: "Quero unir minhálma a sua"
Usar minha língua em vez da batuta.
Me declarar capaz à sua altura.
Sou um pouco igual a tudo,
E repito sempre o que preciso acreditar.

Eu gosto das coisas simples.
Meu coração é que gosta
De complicar...

(A QUEM QUISER DUVIDAR)

Eu dei um tempo para a chuva
E meu medo dos ventos,
No sabor de muitas brumas.
A tempestade gesticula raios
Sobre mastros partidos,
Velames perdidos,
Barcos à deriva num mar
De qualquer dia.
Sinto meus ossos molhados
E minha alma travada de choro.
Se ainda houver tempo
Para uma última oração,
Eu peço perdão
Por ter seguido em frente,
Quando já havia perdido
A razão e as certezas,
O amor de mim mesmo,
E o lume das estrelas...

(NAVEGANTE)

Cala na sala, 
Que existe, que existia.
Um corpo, dois corpos
Uma só vontade que se perdeu.
Hoje ali, existe um calabouço
De gemidos e gritos de dor,
O medo do amor  de que fora feito
De nós
Posso não saber  a gramática, mas eu
Aprendo ou não aprendo,
Do amor eu nada entendo se nem
metodo tem.
O que sou eu? nessa sala vazia
Sou um corpo coberto de melâncolia,
Memórias que um dia hei de enterrar.

(CALA)

Não existe perdão no erro do homem,
Nem compaixão na sua inocência.
A razão da dormência da alma,
É estar aviltrado do mundo,
Das sutilezas mesquinhas da vida.
Olhe as palmas das mãos.
Por tudo que se há de saber,
Do medo do desassossêgo,
Está no fundo traiçoeiro
De todos nós.
A dor que já se foi,
E a hora que ela voltar...

(DOR INVOLUNTARIA

Saudade cora,
desejo roga.
Um beijo impulsiona
na velocidade do tempo
que ficou de chegar...
e trazer você...
Pinta no céu,
um bordado de nuvens
branco é a cor do chegar,
da minha memória
nos tempos idos da canção
que ficou na viajem pra dizer...
Saudade cora...

(SAUDADE CORA)

Dorme brinquedo que move
o coração mais pobre
e a razão ganha os céu,
onde pecados são flutuantes
nuvens de chuva a cair sobre nós.
Dorme que na chegada os clarins
de morfeu te saudarão ao longe.
Sonhos mais que tudo,
indo ao fundo nas prosas do dia,
onde ardem chamas, sentimentos
de um olhar atento,]certeiro e rápido.
A velocidade mexe,
a realidade esquece de se fazer presente, quando você vem
e toca teus lábios nos meus.
"Pam!!" Ouço a tua canção.

(PAM)

Vontade que dá, 
De correr o mundo
Não ter paradeiro
Abusar do tempero,
Vontade que dá.
De roçar a barba,
Penetrar por inteiro
No mistério do ser.
Vontade que dá,
De subir montanhas
Cavalgar entranhas,
Ter amor passageiro,
Não pensar em dinheiro
Vontade que dá,
De beijar você,
Vontade que dáe quem 
Sabe deve passar...

(À VONTADE)

Coloquem os tijolos
Empilhados um  por um
Faça uma barreira em volta do coração
Busque o isolamento
Preenchendo seus vazios
O escuro ás vezes é uma dose de cura
Que nessas horas jamais te procura.
Os livros me distraem
E no final após o epílogo
Volta ao estado normal
Voltam ao estágio...
Os discos me distraem
E no final, 
Quando o silêncio
Toma conta do bazio.
O muro não ficou pronto
E a rotina cresce como planta
O tempo chegou na frente
Dos meus sonhos
Nem meu corpo
Nem minha mente 
Estão seguros agora
O muro pode desabar
A qualquer instante
Procuro a luz 
E só o que vejo é a escuridão
As pernas fraquejam 
A dor não se mostra
O céu irá desabar sobre a minha cabeça
A distância irá aumentar
E a sede termina
Pois o foco da nascente só existe em mim
O egoísmo se encontra nas pessoas
E elas não percebem
Quando chegarem ao estágio de pensar
O tempo ficou pra trás
Ele não volta  só se distância
Construa o muro...
Não sei se isso irá te salvar
Nem sei se isso irá te curar
Contrua o muro...
Coloque os tijolos e faça
Uma barreira em volta do corpo
E do coração...
Não se isso irá te salvar
Nem sei se isso irá te curar
Construa o muro...

(O muro)

Quando agente acorda
E olha no espelho pra ver como está
O reflexo mostra como o dia será.

É que no espelho refletem seus olhos,
que não mentem, se acusam.

Tudo que você esconder de mim
E a sua voz não puder transmitir,
Os seus olhos me entregarão
Porque o coração domina a razão
Dúzias e dúzias de vezes eu me vejo no vazio
A chorar...

Os meus olhos percorrem rostos perdidos no tempo
E o mal que agente faz reflete em nosso olhar.

O inverso da ida é a volta,
O inverso do espelho são nossos olhos

(ESPELHOS)
Quando agente tem alguém
Que nos faz muito bem, 
Só pode ser um anjo.

E se esse alguém que tem
O dom de amar e vem, 
Só pode ser um anjo.

Mas anjo não só faz bem
Anjo faz mau também
Você precisa ver.

Sem o sol com seu calor
E a lua sem amor
Pode se entristecer

(ANJO)

Vento, brisa,
Sopro, aragem,
Exalação, ar,
Bafo, aroma,
Respiração.
O que anima, dá vida...
Existência, vida,
Alma,
Ânima,
Vida...

(VIDA)

Me sinto cair beijando o ar no caminho.
Cravo no músculo pulsante
Um espinho de aço.
Sinto na minha dor,
O martelo obscuro do desejo
Esmagar meus sentidos.
Queimam no meu céu
os fogos de artifícios.



(MUSA IV)

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